São João em Érico Cardoso (antiga Água Quente) foi comemorado a base de fogueiras, comidas típicas e fogos de artifícios. Como já é de costume, tradição de longas datas, o povo para homenagear São João ergue suas fogueiras e no decorrer da noite as acendem para delírio da garotada. No passado não muito remoto Érico Cardoso, na ocasião Água Quente, tinha a honra de acolher muitos daqueles que para outras paragens havia buscado novas oportunidades e de visitantes que para cá vinham pelos sucessos das tradições, como o tempo deixa sua marca, até o ferro que é rígido se deteriora com a ferrugem, Água Quente perdeu seu nome, perdeu no caminho tortuoso dos dias seus hábitos, escondeu-se no quase anonimato. O que vemos na nossa região é uma crescente massificação de cultura. Já não existe mais as belas entradas de festa, as brincadeiras (quebra-pote, pau-de-sebo, etc), as quadrilhas viraram raridades, sumiram pelos mesmos que carregaram o ouro das nossas terras. Sobrou o brilho das fogueiras, tradição que parece ignorar a nossa falta de visão. Trocamos nossas raízes culturais por shows totalmente desvinculados da data que se comemora.  
No ano de 2010 notamos um povo insatisfeito com seus governantes e seus governantes alheiam aos problemas do Município.  A população pede atrações famosas. Mas será que grandes nomes da música é sinal de sucesso? Em Paramirim tivemos grandes nomes, todavia pelo alto investimento o resultado foi pífio. Em doze dias de festejos dois tiveram a Praça lotada, os demais, nem merecem ser comentados. Os visitantes que para cá vieram, não vieram conhecer a cidade, não vieram pelo Santo Antônio, vieram ver a dupla, nada mais. O sucesso foi o sucesso dos astros, se os mesmos tivessem se apresentado no topo de uma grande serra, com estrada ruim, o povão lá estaria. Perdemos nosso tempo brigando por coisas sem valor.
Já não existe identificação dos munícipes com a sua terra. O tempo segue, o caminho nasce de acordo com os nossos passos. Se o momento se apresenta de tal forma somos os únicos culpados. Apontar um, ou outro, não, mas a todos.
A comunidade de Érico Cardoso uniu-se e conseguiu realizar a festa na Praça. Contrataram-se algumas atrações: Dara e Banda, Lando e Sala de Reboco, Carro de Malandro entre outras. O forró entrou madrugada adentro.
Um fato triste foi ver a Igreja Matriz fechada. O estado lastimável que se encontra o principal templo católico do Município. Os atos religiosos da ocasião sumiram.
Devemos rever nossos atos e saber de fato o que desejamos para nossos filhos e para nós mesmos. Ainda há tempo...
Olhando a Lei Orgânica do Município de Érico Cardoso deparei-me com dois capítulos que nos faz pensar.
“CAPITULO IV
DAS COMPETÊNCIAS
Art. 10º - Compete ao Município.
XXVI – Manter a tradição das festas populares.
CAPITULO V
DO MEIO AMBIENTE
5º Constituem patrimônio Municipal e sua utilização far-se-á na forma da lei, de condições que assegurem o manejo adequado do meio ambiente, inclusive quanto ao uso de seus recursos naturais, históricos e culturais:
I o povoado do Morro do Fogo;
II a Igreja Matriz de Érico Cardoso”. Lei Orgânica do Município de Érico Cardoso.
No mais... tudo é festa... Viva, São João!!! Viva!!!

Por: Luiz Carlos Marques Cardoso (Bill) 25/06/10

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