18
2014
A morte de uma inocente Árvore
Por que eu, meu Deus, por quê? O que fiz para merecer ser cortada ao meio? Quantas dores sentir… De onde vieram aqueles seres desprovidos de compaixão? Eu sou um ser vivo! Sou uma, era uma frondosa árvore, dona do oxigênio da Terra. Três homens a sorrirem trespassaram uma fria serra no meu tronco, em poucos minutos uma vida que demorou tanto a chegar ao ponto foi vitima e tombou ao chão. Para que querem meu corpo? Não ver que minha utilidade era em vida? Está tudo terminado. Apenas digo adeus. Que seus filhos não tenham a mesma sina minha. Não se morre apenas serrada, morre-se de tiros, morre-se de fome, morre-se do orgulho mesquinho humano. Nasci árvore, nunca pude andar, falar, mas ainda assim fui privilegiada, pois não vim ao mundo com as mazelas de um coração de pedras do homem.