maio
5
2015

Conflito pelo uso da água mobiliza cidade baiana no Médio São Francisco

conflitoagua

O lançamento de um edital de licitação pelo governo da Bahia que prevê a ampliação da adutora de água tratada do Zabumbão, no sudoeste do Estado, motivou a realização de uma audiência pública no último dia 29 de abril, na cidade de Paramirim (BA), às margens do rio São Francisco. Na ocasião, aproximadamente cinco mil pessoas foram as ruas do município protestar contra o início das obras.

De acordo com o presidente do Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Paramirim e Santo Onofre – CBH Paso, Anselmo Barbosa Caires, o projeto se torna inviável porque coloca em risco o abastecimento de cinco cidades do Vale do Paramirim, incluindo o município de Paramirim. “Com essa ampliação, que seria a construção interligada de duas novas barragens, nos rios Caixa e Remédios, o estado prometeu aumentar a oferta hídrica de seis novas cidades baianas. Mas, nós, cidadãos paramirinhenses, sabemos que não haverá água suficiente para todos. O resultado será o desabastecimento de cidades já atendidas pelo Zabumbão, assim como dos setores produtivos, comprometendo os chamados usos múltiplos”, explicou ele.

Caires criticou ainda a falta de diálogo entre o governo e os usuários ribeirinhos para consolidação dos trabalhos, bem como a promessa do estado de mecanizar e modernizar o Vale do Paramirim, tendo em vista economizar água na irrigação. “Eles atropelaram as etapas. Primeiramente, teria que ouvir o comitê de bacia e a sociedade civil. E isso não aconteceu. Estão com essa ideia de modernização, mas sabemos que o único recurso garantido até o momento é o das obras da adutora”, lamentou.

Os serviços previstos terão investimentos da ordem de R$161 milhões e apresentarão como resultado o aumento da disponibilidade hídrica das cidades de Rio do Pires, Ibipitanga, Macaúbas, Boquira, Oliveira dos Brejinhos e Ibitiara. Atualmente, o lago do Zabumbão abastece os municípios de Paramirim, Caturama, Botuporã e Tanque Novo, todos na Bahia. “Passaríamos das atuais 56 mil pessoas para 196 mil pessoas. Não teremos o tão sonhado equilíbrio hídrico, como promete o governo”, destacou o presidente do CBH Paso.

Encaminhamentos

Durante a audiência pública, que reuniu, além das representações municipais, integrantes do Ministério Público da Bahia e do governo da Bahia, o CBH Paso emitiu uma deliberação onde requer a suspensão da licitação até a decisão do conflito pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco – CBHSF. Além disso, sugere a elaboração pelo governo do estado de alternativas para assegurar água aos seis novos municípios contemplados; um projeto de adequação das tecnologias dos pequenos agricultores; e a efetivação dos planos de bacias dos rios Paramirim e Santo Onofre.

ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF

Fonte: http://cbhsaofrancisco.org.br

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