jul
25
2018

Délio Martins lançará nos próximos meses um livro sobre Antônio Medrado

UM HOMEM E UMA HISTÓRIA DE BEM SERVIR

Incumbo-me voluntariamente dessa difícil tarefa de escrever sobre essa Grande figura humana que foi Antônio Medrado de Alcântara.

Evidente que se fosse escrever sobre todas as etapas da sua vida, resultaria numa enciclopédia.

Optei por escrevinhar sobre a etapa de sua vida em que estive sempre presente, portanto, narro as virtudes de um homem simples, um produtor rural por sacerdócio, amante da vida campestre. Não permitiu que a fama resultante das atividades profissionais e esportivas o contaminasse.

Escolheu morar em Água Quente/Ba., numa vida monasterial. Aonde o silencio só era rompido pela campainha do telefonema de familiares e de amigos que o admiravam.

Não foram poucas a vezes que nossas conversas telefônicas duraram mais de 3 (três) horas. Nas visitas que eu lhe fazia quase que semanal, sentávamos na sala após o jantar e atravessávamos a madrugada à dentro e, quando o sol raiava eu retornava para Guanambi e ele se recolhia ao quarto para dormir.

Sábio e eloquente verbalizava como poucos, amante de uma boa interlocução, adentrávamos na seara da filosofia, sociologia, política e a literatura, sua grande paixão. Além das escolas clássicas do direito e os notáveis juristas, discutíamos sobre os grandes escritores norteadores da formação ética e cultural das civilizações europeia, norte americana e latino americana.

Medrado buscou na vida o aprendizado, sempre se referia a Paulo Freire quando dizia: “… somos eternos aprendizes!”

Conduziu a sua vida sempre em contato com a natureza e os animais, por isso viveu sem orgulho, com simplicidade. Trocou o glamour da fama e da competência e os atapetados gabinetes luxuosos com lustres resplandecentes por uma casa simples sem forro no teto, coberta por telhas de barro à vista, onde numa sala humilde, ladeada por um sofá comum e algumas cadeiras sertanejas, travava com os amigos que iam beber da sua fonte inesgotável de sabedoria grandes debates sociais, políticos e ideológicos com grande maestria.

O seu rápido contato com o mundo dava-se pelos Jornais através de uma TV e do sinal da SKY instalados pelo seu valoroso filho Dr. Rogério.

E assim, Medrado tirou de si tudo o que não fosse vida, para descobrir o que realmente era viver.

Como admirador do escritor americano David Henry Thoreau, incorporou o que disse ele:

“Fui para o bosque porque pretendia viver deliberadamente, defrontar-me apenas com os fatos essenciais da vida, e ver se podia aprender o que tinha a me ensinar, em vez de descobrir na hora da morte que não tinha vivido”.

Por: Délio João Viana Martins.

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