set
16
2017

Eternas lembranças do meu avô Gilberto da Silva Dalto – Por Júnior Dalto

Paramirim

Hoje, 15 de setembro, data de aniversário de nascimento do meu avô Gilberto da Silva Dalto. Ele que serviu aqui na cidade sendo considerado o famoso Guarda Noturno, volante, andando por toda cidade fiscalizando, mantendo a ordem e tranquilidade tanto nos arredores bem como quem chegava ou quem estava rondando pela cidade. Isso naquela época, anos atrás, quando Paramirim era ainda iluminada pelo antigo gerador de energia, que exatamente às 10 horas da noite era desligado, ficando toda a cidade sob os reflexos da Lua. E na penumbra daquelas noites, andava com um pequeno lampião na mão à base de querosene, abordava algumas pessoas que estavam chegando para identificar quem era e o que estavam fazendo a tantas horas no subúrbio.

Seu Gilberto Dalto era temido por muita gente, quando apontava no meio da estrada, pessoas ficavam paradas, trêmulas, pois se corressem era ainda pior, só se ouvia dizerem: “Lá vem Seu Gilberto Guarda.”

Ele também atuou como segurança da Gruta do Bom Jesus da Lapa tanto nos dias de Romarias como também nos dias comuns junto com as tropas de soldados que lá se encontravam.

Mas por conta da idade já avançada veio a deixar o Posto de Guarda Noturno após servir tantos anos ao sistema do Coronelismo que tinha suas raízes aqui em Paramirim. Depois disso passou a viver tranquilamente, descansando após muitos anos de trabalho. O tempo passou, mas ele guardou seus antigos objetos de quando ainda era guarda.

Seu Gilberto era um homem sábio, bonito eram os seus ensinamentos e conselhos marcados por uma sabedoria iluminada, o que ele dizia era garantido, podia escrever, prática dos antigos.

Seu Gilberto também ajudou nas escavações das serras para abrir as estradas, estourava bombas para quebrar as paredes de pedras, trabalho que deixou nele sequelas como o comprometimento da audição em um dos ouvidos. Mas esse problema não interferiu na sua harmonia; também por enxergar somente de um olho, ele enxergava muito bem tudo a sua volta.

Vivia com seu sorriso estampado no rosto, contente, cheio de saberes de histórias populares, aqueles antigos e tão famosos “Ditados Populares”, ele sabia todos e gostava de comparar quando estava disposto a contar seus ensinamentos para serem levados pra vida toda.

Mesmo se tornando viúvo continuou firme com aquela mesma serenidade e fortaleza, o tempo foi passando até que, inesperadamente, sofreu um infarto fulminante, do qual se recuperou e ficou bom. Mas no dia 29 de Agosto de 2009, sofreu outra crise de infarto e essa foi fatal, não resistiu, vindo a óbito com 84 anos; se vivo fosse hoje completaria 92 anos.

E essa foi um pouco da história de Seu Gilberto Guarda, meu avô. Encerro com essas duas frases sendo uma um trecho de uma música: “Ninguém morre enquanto permanece vivo no coração de alguém.” “Naquela mesa tá faltando ele e a saudade dele está doendo em mim.”

Feliz aniversário no céu, meu avô, mesmo não estando entre nós e sim junto ao coro dos anjos celestiais. São as preces em orações das pessoas que te amam!!

Paramirim, 15 de setembro de 2017.

Júnior Dalto

 

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