jul
25
2019

Notas De Um Diário – Crônica Em Vídeo

Assista ao Vídeo:

Nota de um diário

Meu dia hoje parecia correr na mesma habitualidade de sempre. Levantar, escovar os dentes, tomar café, molhar as plantas, ler, trabalhar, almoçar, jantar, assistir televisão e ir dormir. No entanto, sempre há tempo para que o tempo das coisas mude tudo e nos coloque temperos novos no nosso arroz com feijão. É deste jeito, basta um átimo de segundo para o inusitado nos engolir em um único gole.

Estava chegando à residência onde moro, carro já na garagem, estava pronto para fechar a porta. Final de tarde, o sol já ia quase todo sumindo no horizonte, a lua com cara de quase cheia já era a dona do ambiente. Voltei o olhar para o oeste, vinham gritos daquela direção. De repente, vi uma criança chorando e gritando do lado oposto da rua, cerca de quarenta metros do local onde eu me encontrava. Percebi logo que a garotinha estava com medo de um jovem cachorro que se encontrava defronte à casa dela. Os gritos de medo foram tão altos que em seguida a porta se abriu e um ser saiu correndo e gritando. Um homem, acredito ser o pai da criança, irado, foi em direção ao cão, ligeiro e furioso. O animal ao perceber o perigo correu a grunhir de pavor. O homem com toda força chutou o cão, contudo o animal foi mais rápido e se safou da agressão. Pobre homem, perdeu o equilíbrio e rodopiou antes de esborrachar na pavimentação de paralelepípedos. Só escutei o estrondo. O cachorro, um jovem, passou perto de mim correndo e assustado, dócil por sinal. O agressor levantou furioso a gritar palavrões, amaldiçoando o cãozinho.

Se houvesse alguma câmera por perto que tivesse gravado este acontecimento, daria uma vídeo cacetada de primeira. Deixemos para lá e nos detemos nos fatos. Em poucos segundos e em curiosos acontecimentos poderiam ter terminado em tragédia. Se o cachorro levasse aquele chute, pela força que vi, certamente estaria morto, pois naquela situação o homem continuaria a malhá-lo até a morte. Na queda do homem, se tivesse algum objeto cortante no chão, poderia ter sofrido algum ferimento grave ou até mesmo ter vindo a óbito. Agir com o efeito da fúria não nos parece um caminho correto. Basta um segundo para o banal se transformar em mortal.

E a vida é assim, sempre a nos imprimir surpresas. Fiquei com dó do cãozinho, fiquei com dó da criancinha e no final acabei ficando com dó do homem. Meu dia teve mais fatos, todavia que merece ser narrado ou contado somente teve este. Por fim, agora escrevo este texto, apenas estou nesta labuta pelo simples fato do fato mencionado ter acontecido perante meus sentidos.

Paramirim, 14 de julho de 2019.

Autor: Luiz Carlos Marques Cardoso.

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