jan
7
2014

Novo inquilino

Fizeram esta humilde casa com muito suor e sacrifício, mas mesmo sendo maior que nós ainda assim foram obrigados a construir outra morada para ir ter seus filhos. De uma coisa eu não abro mão: da valentia. Meu tamanho se agiganta quando quero briga. Olhe só, veja como aconteceu, o pobre do João de Barro ao me ver chegar foi logo se impondo, cantava alto, entrava e saia da sua toca. Montei guarda próximo a entrada, um único vacilo dele seria fatal. Certo momento ele aproximou de mim e cantou forte, tentava me intimidar, apenas permaneci parado no mesmo local. O João de Barro marcho foi buscar comida, dentro da casa permaneceu a fêmea. Dei o sinal para a minha companheira, pousamos sobre a casinha de barro, começamos a cantar forte, quem conhece nosso canto sabe o barulho que é. A fêmea, medrosa coitada, saiu loucamente. Entramos para nosso novo ninho de amor, lá estava quentinho e protegido. Havia dois ovos, sem pensar os empurramos para fora, só escutamos os estalos ao cair no chão. Quando o macho chegou, cheio de si, todo pomposo, cantando como se fosse dono de alguma coisa, não resistir, meu sangue correu feroz pelas veias, meu coração eu o coloquei na boca, partir para o ataque. Três bicadas no danado foram suficientes para espantá-lo. O pobre casal ainda ficou uns três dias ao redor, mas não se atreveu a ser bobo. Eles sabem que com o Periquito de Angola a coisa é diferente, não se deve brincar. Como são bons construtores, não demorará e terá uma nova moradia. Vão com Deus, e rezem para não encontrar outro como eu.

Deixe um comentário usando sua conta do Facebook




Deixe um comentário usando o Formulário do Site