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10
2018

O Cavalo e a Política

O CAVALO E A POLÍTICA

Todos que me conhecem sabem da minha grande paixão que é a equinocultura. Amante do Tropeirismo me tornei um estudioso dessa cultura e a incorporei aos meus costumes diários, assim como a cultura vaqueira, representada pelos cowboy americanos.

O que tem o Cavalo e Muares com a política nacional? Se rebuscarmos os guardados da História do Brasil, concluímos que os equinos foram o veículo de locomoção das pessoas de todas as classes sociais, desde o escravo ao Imperador.

O intercâmbio logístico entre o litoral e o interior bem como entre as capitanias hereditárias e posteriormente entre os estados, após a organização geo-política era feito no lombo dos animais. Assim as decisões políticas eram transportadas através dos animais, quando ainda não tínhamos o sistema de Correios e Telégrafos.

Imagino as preciosidades escritas pelos notáveis políticos brasileiros, tais como Joaquim Nabuco, Rui Barbosa, José do Patrocínio dentre outros. Tudo enviado por portadores no lombo dos animais.

Haveremos de admitir que os cavalos, burros e mulas foram importantes para a sedimentação e avanço do processo político brasileiro.

Como se não bastasse isso, temos as figuras importantes do cenário político em momentos marcantes para a história política do Brasil, cujos protagonistas se encontravam montados nos seus belos animais. Exemplo: D. Pedro montado bradou o Grito do Ipiranga; Duque de Caxias aparece montado, demonstrando a sua bravura vitoriosa; Marechal Deodoro da Fonseca aparece montado durante o nobre episódio da Proclamação da República. Grandes homens notabilizaram-se no cenário da política brasileira montado em cavalos.

O progresso espraiou pelo Brasil! Após a implantação da imprensa gráfica no Brasil em apenas quatro séculos, saímos do lombo do animal e do carro-de-bois e cruzamos o Brasil em potentes aeronaves.

Deixamos de preocupar com o nascimento de um potro no estábulo para contemplarmos o empreendimento da EMBRAER.

Nesse percurso de tempo os embates políticos se agigantavam, novos cientistas políticos ocupavam o parlamento brasileiro. Os projetos defendidos na Tribuna legislativa eram aulas de sociologia e filosofia.

Rememorizemos um passado próximo onde o cenário político tinha homens do mais alto quilate, que proporcionavam um debate com substância cívica, a exemplo de Paulo Brossad, Ulisses Guimarães, Waldir Pires, Josaphat Marinho, ACM, Aliomar Baleeiro, João Mangabeira e tantos outros.

De lá pra cá o empobrecimento humano e intelectual do Parlamento brasileiro, chegou a tal ponto de ao assistirmos ao (des)enrrolar dos fatos políticos e os discursos vazios, sem conteúdo, que mais parece uma diarreia verbal, daquelas que além de nos causar nojo, ofende o olfato intelectual, deixa-nos perplexo.

Pois bem, o que tem o cavalo com a política atual? Ontem assistir ao Debate dos candidatos que pretendem assumir o comando da Nação. Nunca vi tanta besteira! Cada um com medo do outro em apontar ou ser apontado por dedos sujos. Só faltou um pedir voto para o outro. Então conclui. Os cavalos que no passado remoto eram apenas meio de transporte das mensagens políticas, hoje são eles que assumiram o protagonismo do momento político, tornaram os próprios mensageiros mesmos, e o pior é que são cavalos  xucros, mal adestrados, desobedientes, indomáveis e coiceiros. Acho que se deve fazer de Brasília um Haras com bons adestradores. Certa vez o ex Presidente João Figueiredo proclamou: “… prefiro o cheiro de cavalo ao de povo!”

Tenho Dito!!!!!!

Délio Martins

Acadêmico da AGL

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