ago
2
2012

Rua de Trás

Rua de Trás

Caro amigo, de vez em quando vago pelas ruas da cidade, lembrando-me dos velhos tempos que não voltam mais. Passo pela Rua de Trás, recordo-me da tenda do velho Migezim, entre uma conversa e outra, o velho barbeiro mastigava a língua, enquanto a velha máquina cega mastigava os fios dos cabelos do cliente. Mais à frente, o pombal de seu Maroto com várias casas, entre elas, as vendas, onde se encontravam os boêmios: Getúlio, Pad, Nequeira,Tõe Cabrocha, Mané Ferrado, em fim, as figuras folclóricas de nossa terra. Logo ao fundo da Igreja Coração de Jesus, a venda de Javan, de vez em quando ele saia na
porta com a camisa aberta mostrando o peitoral; o homem nos seus quase dois metros de altura, vermelho feito um peru, estufava o peito e bradava em alto e bom tom. Isso são coisas que não se apagam da memória, faz-nos lembrar dos tempos gostosos da nossa Paramirim, de modo que, cabe a nós que tivemos o privilégio de vivenciar esses acontecimentos passá-los adiante para que os jovens conheçam a verdadeira história do nosso torrão abençoado.

Texto: Raimundo Sucupira


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8 Comentários Padrão+ Adicionar Comentário

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  • Obrigado Sucupira, Muito obrigado

    Sou neto de Seu Maroto e você me faz recordar(reviver) minha boa infância vivida na rua de trás. Gostaria de acrescentar A “Casa” de Maria Branca, O Buracão(terreno baldio onde se jogavam lixo),a venda de Zé de Jovi e Major(vizinho de Seu Edgar)

  • Bonita foto Birão. Essa rua era muito famosa.

  • Na Rua de Trás só tinha barbeiro, pombal, igreja, boêmios e o buteco?
    Pelo que me contaram tinha muito mais coisas. Confera aí com os sessentões de Paramirim e depois complete as informações.

  • Fico feliz quando vejo fotos antigas de Paramirim, ainda mais com um texto digno de um poeta, ou melhor, é um POETA. Sucupira, Raimundo.
    Abraço ao Bill, seu trabalho é com certeza genial, isto é comprovado a cada dia. Parabéns.

  • parabens biro pelos seus lindos registros, pois ,so pessoas como vc que sabe do valor foclorico da nossa paramirim e sabe divulgar esta rigueza.

  • Caro amigo, é gratificante observar essa foto, é retornar um passado de felicidades, participei de grandes e alegres momentos nesta rua, rua que fazia parte de toda juventude e velhos senhores de Paramirim. Quem não foi na casa de Maria Branca? que não comprou na ou tirou uma foto na padaria do pai Mario de Fildecino, ou comprou no bar de seu Jovem pai do meu amigo Almir e Aureo? Quem não recorda do Correio velho, de Maria e Luiza cega sua irmã, de Rosinha e Xirra, Felin , Toe Tolo ou Toe Marrada e tantas personagens que ajudaram tanto no nosso crescimento e de tantos colegas.

  • Nossa é como um filme,acho que todo morador ou dono de comercio tem algo de bom para comentar mas o que mais me marca da rua de trás era o medo que eu tinha de passar por alí. quem não se lembra da nossa querida “aguida” que tanto contribuiu para o bom comportamento das crianças;pois me lembro da minha mâe dizendo!”vai brincar na rua que aguida te bate”.BONS TEMPOS!
    adorei a foto ;saudades da minha terra natal!