Esperança.

Na tarde do dia sete de novembro de 2007, em Paramirim, aconteceu (dentre tantos outros no decorrer do ano) um desastre ecológico. A “Serra da Torre”, um dos cartões portais da cidade, ardeu em chamas. Enormes labaredas subiram ao céu. Uma densa cortina de fumaça tomou quase em sua totalidade a sede do município. Triste realidade... Mas em meio a tanta destruição, a esperança brota das cinzas em forma e formosura de uma flor.

Nosso ecossistema, já muito degradado, se desfaz a olhos vistos sem sequer incomodar os governantes locais. Olhar para uma cena medonha como essa, não tendo como intervir, corta o coração.

Já estou na noite do dia oito de novembro, daqui ainda se ver na serra pontos de fogo. Quando isso tudo acabará?

Não sei se o fogo fora decorrência de queimadas para plantio, ou se foi um ato criminoso. É difícil acreditar que tenha sido fruto de agricultores, já que não existem lavouras por aquelas intermediações. Mais difícil ainda é acreditar em crime. Como pode alguém fazer tamanha idiotice?

Essa afronta a nossa fauna e flora, apenas mais uma entre tantas. Outro dia a Pedra Branca, local onde se encontra um valioso Sítio de Pinturas Rupestres foi tomado pelo fogo. Atitude besta e impensada de alguns dementes. De norte a sul, de leste a oeste pôde avistar queimadas nessa estação. Esse ano ficará conhecido como o que mais se viu queimadas na cidade de Paramirim.

Em meio a tanto pessimismo, a tanta impunidade e a tanta desinformação, sugue uma flor entre as muitas toneladas de cinzas fruto de todo essa destruição. Pude ver nos rostos das crianças e de alguns adolescentes a preocupação. Estavam com medo. Indagavam sobre os bichos. Ver o incêndio que consumiu vasta área do território americano, saber do atual genocídio cometido contra nossas florestas acabou por trazer nova visão de mundo a essas futuras promessas. Os representantes do presente representam pouco ou quase nada. Deposito toda minha esperança nos jovens que um dia erguerão uma nova sociedade com novas atitudes. Até lá continuamos a destruir, a queimar e a matar. 

Queimada, somente em nossas imperfeições.

Luiz Carlos M. Cardoso

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