Lamarca O Capitão da Guerrilha
Esta resenha é de um livro escrito no ano de 1984 que estava na época em sua nona edição. Foi escrito por Emiliano José e Oldack Miranda e tem como nome Lamarca O Capitão da Guerrilha e foi editado pela Global Editora. O livro é ilustrado com muitas fotos.
O livro acaba por nos mostrar a terrível situação que o Brasil passava na época, de um lado os revolucionários, de outro, a repressão. O sonho de Lamarca era fazer do país um Estado Socialista. Usava sempre as idéias de Che Guevara, Lênin, Max, e outros. Desejava formar uma guerrilha para combater o exército e o governo. Falava em socorrer os pobres, lembrava sempre de Cuba.
Carlos Lamarca serviu o Exército, foi capitão, esteve no Canal de Suez. Deixou seu posto para ser guerrilheiro, sonhava com o excito de Che. Armou um plano com alguns amigos e simpatizantes para surrupiar armas e munições do quartel, o plano mostrou-se falho, mas ainda assim conseguiu um bom número de armas. Com as armas em mão não tinha lugar para guardá-las, foi forçado a distribuí-las em porta malas de carros em vários pontos da cidade. Passou o equipamento para uma ala dos dissidentes, porém logo as pediu de volta, mas por muito penar conseguiu somente a metade.
A mulher e os filhos ele os enviou a Cuba, jamais voltaria a vê-los novamente. Dizia amar muito a esposa, porém conheceu Iara e teve um longo relacionamento com ela. Escrevia muitas cartas para a mulher e os filhos. No final antes do nome vinha sua máxima: Ousar Lutar, Ousar Vencer.
O sonho era criar um foco de guerrilha no campo, mas o restante do grupo tinha outros pensamentos. Começaram a assaltar, fizeram um grande assalto em uma mansão, furtaram um cofre. Com muito dinheiro no bolso começaram a articular os novos passos. Sequestrava para obter vantagens. De tanto insistir no sonho enfim montaram um foco de resistência.
Passaram a treinar, viviam no meio do mato. A repressão descobriu e com um grande contingente de homens, aviões e carros cercaram a área. Lamarca grande estrategista consegue fugir do cerco. Volta para a cidade. Seus companheiros vão sendo presos. O perigo era enorme. Faz mais seqüestros. Pega um alemão, exige que solta cem prisioneiros, o exercito só libera setenta. Lamarca salvou o alemão da morte, a VPL tinha votado pela morte do prisioneiro.
Lamarca com alguns do grupo retorna para a Bahia. Enquanto ele acompanhado por alguns vão para o interior, os demais procuram os grandes centros. Em Salvador começa a desmontar todo o bando de Lamarca, com métodos cruéis de tortura um preso colocava outros tanto em perigo. Iara vendo que seria presa atira contra seu próprio peito. Zé Carlos aos pouco vai soltando o que a polícia exigia, a tortura durava semanas.
Descobre-se a região que Lamarca se escondia. Brota de Macaúbas e toda a área ao redor fica sitiada pelas entidades do Governo. A população local passa a sofrer todo tipo de tortura. O pessoal é obrigado a ajudar o exército. Dois dos amigos de Lamarca são mortos. O pai de Zequinha é preso e passa a ser torturado. A tortura era tamanha que o velho à noite era colocado de cabeça para baixo. Levava tapas, ponta-pé, choques. Os homens do governo falavam ao pobre senhor que assim que pegasse a filha dele iriam fazer de tudo com ela. Eles queriam o paradeiro de Zequinha e de Lamarca.
Lamarca e Zequinha fugiam por sobre as serras. Parou em uma localidade e um rapaz correu para entregá-los, havia um prêmio, esse por sinal era parente de Zequinha. O pessoal do exército foi retirado da região, pensavam que Lamarca tinha fugindo, mas deixou algumas sentinelas. Certo dia surgiu o boato que um homem havia visto dois outros andando pelo mato. A polícia foi acionada, um grupo chegou para averiguar os fatos. Outro morador viu Lamarca e Zequinha deitado debaixo de uma árvore e correu para avisar. Lamarca estava doente e descansava. O grupo de polícias chegou e de longe e pelas costas metralharam Lamarca e Zequinha.
Por: Luiz Carlos Marques Cardoso.