O Monge e o Executivo
James C. Hunter tem mais de 20 anos de experiência na área de RH e treinamento. Possui uma carreira de muito sucesso como instrutor e palestrante. Ele é o consultor chefe da J. D. Associados. Escreveu livros notáveis, dentre, O Monge e o Executivo.
“O Monge e o Executivo” Uma História Sobre a Essência da Liderança foi editado inicialmente no ano de 1998, em inglês, com o titulo: “The Servant”. Já no Brasil teve como tradutora a Editora Sextante, no ano de 2004, aos cuidados de “Maria da Conceição Fornos de Magalhães”. O livro é composto por 137 páginas, sete capítulos e um epílogo.
Hunter conta uma história, em primeira pessoa, sobre um executivo. Um homem, casado e que passava por muitas dificuldades de relacionamento tanto no trabalho e em família. Com o passar do tempo, John Daily, formado em Administração pela Universidade Valparaíso, personagem principal do livro, passa a sofrer em decorrência dos seus insucessos. A sua mulher Rachel, formada em Psicologia, o recomenda a procurar o pastor da igreja. O religioso o aconselha a passar uma semana em um retiro num mosteiro, perto do lago Michigan. A princípio houve resistência por parte de John, quebrada quando avisado pelo religioso que um dos quarentas frades que lá habitavam, um se chamava Leonard Horffman. Horffman, no trabalho, foi tido por muitos como uma lenda na arte de administrar empresas, porém desaparecera sem deixar pistas.
Na primeira reunião, Horffman solicitou que os seis integrantes do grupo fizessem uma pequena apresentação e comentasse o possível motivo que os levaram até ali. Enquanto seus colegas falavam, um por vez, John matutava sobre o que iria dizer. Na sua vez, Hoffman o pede que repita o que o ultimo participante havia dito. A primeira lição: saber ouvir. Explicou sobre liderança. Existe a liderança calcada no poder da força e aquela referente à autoridade das pessoas. A primeira você se impõe, a outra você pede que se faça. Mostrou a força do relacionamento, tanto na vida quanto no trabalho.
Simeão, pseudônimo de Horffman, explica a importância das coisas simples. Diz que não são nos bens materiais que se encontra a felicidade, mas naquilo em que temos de graça. Olhe o pôr do sol, as estrelas, um sorriso, uma flor.
Comenta sobre os paradigmas. Não devemos nos ater aos paradigmas passados. Os seres humanos têm medo de mudanças, muitos apegam às velhas leis. O mundo atual desafia constantemente os velhos paradigmas e impõem novos. Os Estados Unidos, por exemplo, já não é mais imbatível, a concorrência global, sim, é fato.
“Para liderar você precisa servir”. Desenhou uma pirâmide, e fez cinco cortes horizontais, distribuiu os cargos da empresa na forma de hierarquia. No topo, o Presidente, e na parte inferior, os Clientes. Disse que a pirâmide deveria ser inversa, na primeira classe, os Clientes, na derradeira, o Presidente. Os funcionários não devem agradar somente o homem do topo, pelo seu poder; também os clientes, pois sem esses sequer existiria os demais. Servir não é dá tudo àquilo que o filho ou o funcionário deseja, é dá apenas o que ele necessita. Pessoas possuem necessidades diferentes. Há filhos que necessitam apenas de comida, outros de proteção. Mostra em forma de pirâmide, a Hierarquia das Necessidades Humanas, de Maslow. Comida, Água, moradia; Segurança e Proteção; Pertencimento e Amor; Auto-estima; Auto-realização.
A opinião contraria possui grande valor. Ouvir as divergências é uma característica essencial de um bom líder. Tratar as pessoas como gostaríamos de ser tratado. A obediência as regras nos coloca limites, elimina o orgulho.
Quando indagado sobre quem foi o maior líder de todos os tempos, sem titubear, Simeão disse: Jesus Cristo. Ele foi o único que influenciou e continua a nos influenciar. Ele próprio quando administrador influenciava os subordinados a trabalharem entusiasmados em busca de um objetivo, inspirado no Homem de Nazaré.
A autoridade se constrói sobre serviço e sacrifício. O amor pelo que faz é vital para realizar um bom trabalho. Coloca a formula do clássico: “O Gerente Minuto”. Intenções menos ações é igual a nada. Ter intenção apenas não basta, deve promover a ação. A nova pirâmide: Vontade; Amor; Serviço e Sacrifício; Autoridade; Liderança.
Todos devem ter uma religião, todos devem acreditar em algo. Se você busca a verdade certamente a encontrará.
Amor, “agapé” (grego), incondicional, sem exigir nada em troca. “O amor é paciente, bom, não se gaba nem é arrogante, não se comporta inconveniente, não quer tudo para si, não condena por causa de um erro cometido, não se regozija com a maldade, mas com a verdade, suporta todas as coisas, agüenta tudo” – epístola aos Coríntios, capítulo treze.
Paciência – mostrar autocontrole. O líder é um exemplo, nunca pode perder o controle diante de qualquer situação.
Bondade – dar atenção, apreciação, incentivo. Cita o efeito “Hawthorne”, de Mayo, pesquisador de Harvard. O aumento da produção não estava no quesito iluminação, mas na atenção atribuída aos trabalhadores daquela especifica fabrica.
Humildade – ser autentico, sem pretensão, orgulho ou arrogância.
Respeito – tratar as pessoas de modo educado. Sempre cumpra com o horário marcado. Quando alguém atrasa deixa a entender que o tempo dele é mais importante do que o de quem espera, certamente ele seria pontual com o chefe.
Abnegação – satisfazer as necessidades dos outros.
Perdão – desistir de ressentimento quando enganado.
Honestidade – ser livre de engano. A honestidade é o que mais se espera de um líder.
Compromisso – ater-se às suas escolhas. Compromisso talvez seja o comportamento mais importante de todos.
As ações são mais importantes que as palavras. Criar um ambiente saudável é uma característica dos bons lideres. Um jardim, se bem cuidado, no tempo certo produzirá dóceis frutos. Não adianta o líder plantar e de imediato querer colher. Existe ainda a chance de no momento da colheita não se obter nada. São escolhas. Como lideres podemos oferecer todas as ferramentas para motivação, mas são aqueles que as recebem que haverão de fazer suas escolhas.
A metáfora da conta relacional, do livro “7 Hábitos de Pessoas Altamente Eficazes”, de Stephen Covey, Best-seller. Mostra a importância de se manter saudável o equilíbrio dos relacionamentos com as pessoas importantes de nossa vida, inclusive as que nós lideramos. Um exemplo: punir alguém publicamente, você faz uma retirada da conta relacional, para suprir essa retirada você terá que depositar quatro vezes. Explica que para punir faça em particular, para elogiar, em publico. Nesse caso, há o feedback positivo e o negativo.
A liderança começa com uma escolha. Encarar a responsabilidade é a maior delas. Ele culpa Sigmund Freud por ter plantado o Determinismo. Determinismo: para cada efeito ou evento, físico ou mental, há uma causa. Aquele que culpa o pai alcoólatra por também ser dependente do álcool. A vida é feita de escolhas, mesmo a pessoa querendo se ausentar da vida ainda assim estará fazendo uma escolha. Quatro estágios para adquirir novos hábitos e habilidades: Inconsciente e sem Habilidade; Consciente e sem Habilidade; Consciente e Habilidoso; Inconsciente e Habilidoso.
“Se você tivesse que viver uma vida outra vez, o que faria de maneira diferente?” pergunta feita a um grupo de idosos. Resposta: “ariscaria mais, refletiria mais e realizaria mais coisas que permaneceriam depois que eles fossem”.
O ultimo quesito abordado por Hoffman, alegria. Alegria para ajudar, para liderar, para realizar suas tarefas da melhor forma possível.
O Anjo e o Executivo é um livro altamente rico. Contêm idéias que meditadas podem mudar o caminho de alguém. Você, administrador, ou não, que deseja refletir sobre seu modo de liderança, o seu dia-a-dia com familiares e amigos, leia essa obra de Hunter. Com linguagem simples, uma história educadora, serve a todos, principalmente, é claro, aos lideres.
Por: Luiz Carlos M. Cardoso.