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29
2018

Água para dá, emprestar e vender, mas a desperdiçamos

Abriram-se a comporta do Zabumbão e está deixando a água sumir pelo ralo afora. Água é vida. Água é dinheiro. Água é o que move qualquer sociedade. Cuidar dela com carinho e respeito é o que devemos fazer sempre. Estamos metidos no Sertão da Bahia, lugar onde as chuvas são poucas e irregulares. Nos últimos anos, as chuvas diminuíram ainda mais, juntar água ficou mais difícil. Dizem que é por causo do fenômeno El Nino, do aquecimento global, do desmatamento. Uma coisa é certa e sabida, nós humanos somos os causadores das mudanças rápidas do clima no globo terrestre. Quem poupa, quem guarda, tem para um momento de aperto; quem gasta o que ganha, quem joga fora, padecerá por ter sido inconsequente. Vão soltar um milhão de metros cúbicos de água. Que volume é esse? Não sabemos, sabemos que é muita, mas muita água. Para se ter uma ideia, o volume que ora jorra pelo açude do balneário continuará até segunda-feira, serão uns sete dias, dia e noite, de muita água descendo rio abaixo. A pretensão é que ela chegue à comunidade de Feira Nova em Caturama. Se vai chegar, só Deus sabe. Caso ela chegue, servirá aos proprietários das margens do rio, contudo por um período muito curto. A população de Paramirim assisti indignada, todavia mansa. A temporada de chuvas vai se aproximando. Se chover em abundância, ótimo, mil maravilhas, um mar de rosas, não, de água doce. Mas se não chover acima do que choveu nos últimos anos, não quero nem pensar, vamos padecer, quem sabe até racionamento iremos ter que encarar. O lago da Barragem do Zabumbão está com quase dezesseis milhões de metros cúbicos, dados dos órgãos competentes, todavia acreditamos que tenha bem menos, pois o lago no decorrer dos anos recebeu muitos resíduos, diminuindo sua profundidade. Antes diziam que quando chegasse a dezesseis milhões de metros cúbicos a água só seria usada para consumo humano e animal, as regras mudaram no decorrer do campeonato para satisfazer interesses escusos; agora dizem que só fechará a comporta quando chegar ao volume morto, ou seja, quando ela estiver abaixo do canal da comporta por onde sai a água. Primeiro precisamos levar em conta as cidades abastecidas pela água do Zabumbão, colocar em risco quatro cidades em detrimento de uma comunidade chega a ser irracional. Contudo são os órgãos do governo que estão ditando as regras, esperamos que eles saibam o que estão fazendo. Só não quero que os mesmos venham nos pedir para poupar água, água que pagamos caro a Embasa, enquanto que eles fazem o maior desperdício de água do sertão da Bahia.

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