abr
23
2017

Policial: pedagogo da cidadania

* Por Irlando Oliveira

Analisando as treze reflexões do professor Ricardo Balestreri, sobre polícia e direitos humanos, nos detivemos nesta – título do presente ensaio -, que vê no Policial Militar um verdadeiro pedagogo da cidadania, através obviamente da postura com a qual o mesmo deve exercer essa sublime profissão. Desta forma, o Ex-Secretário Nacional de Segurança Pública, e atual Secretário da referida pasta no Estado de Goiás, assim se expressou: “Os paradigmas contemporâneos, na área da educação, nos obrigam a repensar o agente educacional de forma mais includente. No passado, esse papel estava reservado unicamente aos pais, professores e especialistas em educação. Hoje, é preciso incluir, com primazia, no rol pedagógico, também, outras profissões irrecusavelmente formadoras de opinião: médicos, advogados, jornalistas e policiais, por exemplo.”

Fazendo o devido recorte profissional – já que mourejamos há mais de três décadas na difícil e árdua seara da Segurança Pública -, percebemos o relevante papel do Policial Militar no processo educacional dos cidadãos, já que, no desempenho do seu labor, estará ele fiscalizando as condutas equivocadas, destoantes das leis, normas e regras instituídas pela sociedade, chamando os infratores e criminosos à responsabilidade. A Polícia Militar, no cumprimento da sua missão constitucional, funciona, por assim dizer, tal qual uma mãe castradora; aquela que fiscaliza a prole, impondo os limites devidos, como forma de se trabalhar a formação do seu caráter e da sua personalidade. Em razão da imaturidade física e psicológica, nenhum filho há que goste de uma mãe assim! Certamente, esse é um dos motivos pelos quais as Polícias Militares são tão incompreendidas no desempenho da sua atividade profissional.

O axioma através do qual se estabelece que “a palavra convence, mas o exemplo arrasta”, impõe a necessidade de aquele que orienta, guia e conduz ter que servir de paradigma para os orientandos, guiados e conduzidos, de modo a estes se espelharem naqueles. Assim, o exercício da profissão Policial-Militar deve, necessariamente, levar os seus profissionais à condição de modelo – espelho – aos cidadãos civis, como forma de concorrer para o estabelecimento de padrões de comportamentos aceitáveis no tecido social. Nesse contexto, sim, o Policial Militar assume a condição de pedagogo da cidadania, por excelência!

Na reflexão alvo da presente abordagem, aduz o eminente professor Balestreri: “O policial, assim, à luz desses paradigmas educacionais mais abrangentes, é um pleno e legitimo educador. Essa dimensão é inabdicável e reveste de profunda nobreza a função policial, quando conscientemente explicitada através de comportamentos e atitudes.” Assim, como profissionais formadores de opinião, fiscais do exercício pleno da cidadania e das condutas das pessoas, temos, por nossa vez, o dever profissional e ético-moral de nos posicionarmos na sociedade nos pautando numa conduta ilibada, sem mácula. Agindo desta forma, indubitavelmente concorreremos para angariar maior respeito e apreço da população por nós assistida, a qual verá em nós, Policiais Militares, verdadeiros baluartes de exemplo a ser seguido!

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* Irlando Lino Magalhães Oliveira é Oficial da Polícia Militar da Bahia, no posto de Tenente-Coronel do QOPM, atual Comandante da 46ª CIPM/Livramento de Nossa Senhora, e Especialista em Gestão da Segurança Pública e Direitos Humanos.

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