fev
19
2016

Tá tudo caro, rapaz!

feira-livre

O que será de nós pobres e oprimidos? Fui à feira livre hoje e quase dei uma pane mental. Tudo, absolutamente tudo dobrou de preço. Quanto é o alface? Quanto?! Dois reais! Meu Deus do Céu. Você só pode está de brincadeira. E o mamão? Quanto? Quatro reais o quilo? Mas na semana passada não era dois contos? E o feijão catador? Cinco reais. O litro… Continuei a vagar pelas bancas, desanimado, triste. O dinheiro que levava no bolso não daria para comprar os itens que se encontravam na lista, era fato, pura carestia. A mulher ficará uma arara. A casa vai cair. Dinheiro perdeu o valor. A mixaria que ganho dá mal para comer. Com esses aumentos, acredito que em breve passarei por privações. A gasolina dobrou de preço; a energia, também. Até o pãozinho que era vinte centavos passou a quarenta da noite para o dia. Aí vem a televisão dizer que a infração está em dez por cento ao ano. Só hoje nesta feira a infração foi de cem por cento. Que matemática a TV usa para achar esses dez? O aumento dos preços é real, real, real… Os pobres vamos sofrer. Acostumamos a comer pão com manteiga, a beber leite, a tomar uma cervejinha no final de semana. Não queria lhe dizer tal coisa não, contudo é preciso: “Acabou!”. Comer pão sem manteiga é ruim. Agradeça a Deus enquanto estiver comendo pão, pois poderá nem pão ter para forrar a pança. Não fale uma coisa dessa, já sofri bastante, logo agora que começava realmente viver como gente resolveram mudar de novo a regra do jogo? Assim não vale. Quero fazer uma reclamação. A quem pelo amor de Deus? Não existe quem defenda os pobres, ainda mais nesta hora nefasta de crise, cada um vai procurar remar com seus braços contra o turbilhão da maré. Para os pobres o pior pesadelo se chama infração. Na feira desta tarde nem dormi e acordei em maus lençóis, tive sonhos horríveis, pior que era tudo em real, estive frente a frente com ela, vi e sentir o que ela é capaz de fazer no meu bolso. Algo já sei: “Neste final de semana não terá mais a cervejinha”. Já ia me esquecendo: “Tampouco manteiga para pôr no pão”. A coisa está preta, amigo. Salve-se quem puder, pois o barco irá afundar.

Crônica de Zé do Bode.

Deixe um comentário usando sua conta do Facebook




Deixe um comentário usando o Formulário do Site



1 Comentário Padrão+ Adicionar Comentário

  • É Zé… não tá fácil não. Mas você me parece ser um sujeito esperto, será que não desconfiava que alguém ia ter que pagar a conta? Ou achou que o “Padim” e a “Mainha” ia continuar fazendo milagres? Parece que a política do pão e circo já não está dando mais certo. O circo está pegando fogo e o pão, como você mesmo disse, já está sem manteiga. A plateia, ou seria os palhaços, já não tem com que se entreter. Só resta agora enjaular os leões ( e a leoa que nunca sabe de nada, aliás não sei porque estava no circo) para que não nos ataquem e nos devorem de vez.