jul
8
2015

Um ano passou rápido, rápido foi a Alemanha fazer sete no Brasil

Gol da Alemanha! Quem não se lembra desta memorável frase do Galvão: “Gol da Alemanha”. Uma frase que soará por muitos e muitos anos nos ouvidos daqueles que viveram tal momento. O “Gol da Alemanha” apagou de vez a derrota na Copa de Cinquenta para o Uruguai em pleno Maracanã lotado; o “Gol da Alemanha” afundou de vez a fragilizada rede do bagunçado futebol brasileiro; diante ao “Gol da Alemanha” parecíamos a patinhos inofensivos encurralados por um faminto leão. Foram tantos os “Gols da Alemanha” em tão pouco tempo que nos pareceu aos tantos corruptos desmascarados em um ínfimo espaço de tempo na pátria amada e idolatrada por todos nós. Chegamos rapidamente ao sétimo “Gol da Alemanha”, talvez não tão rápido como naquela memorável partida; para os alemães, algo para ser lembrado sempre; para nós, um pesadelo a ser esquecido. Mas como esquecer tal desastre? A casa caiu em plena festa. A nação que parou o país para assistir ao espetáculo do ano, em poucos minutos foi humilhada, ultrajada e por último lançada na face a temida realidade em que nos encontramos. Os sete gols sofridos são apenas sete motivos para refletimos sobre nossos erros. Perder faz parte do esporte, ganhar também. Glorificamo-nos por ser o país do futebol, após o vexame nem isso mais somos capaz de idealizar. O nosso povo sofrido caminha vacilante em direção a um futuro áureo, o nosso maior problema é que acostumamos ao “Jeitinho Brasileiro”, que não passa de malandragem, esperteza, coisa vil.

Como posso me esquecer daquela tarde, tinha preparado meu rancho, pinga, cerveja, carne assada, um feijão farofado de encher a boca d’água; comprei foguetes, bandeira, camisa amarela da seleção, enfeitei o terreiro com bandeirolas; os garotos comiam pipoca e bebiam refrigerantes; uma verdadeira festa. Estava tudo preparado para nossa classificação para a grande final contra nossos eternos rivais, os argentinos. Mas veio a goleada e os “Gols da Alemanha”. A tristeza tomou conta do Sertão, nossa farra virou velório. Ninguém queria acreditar naquele terror. Os garotos e as mulheres em prantos, os homens xingavam todo tipo de palavrão. Nossos jogadores nos deram um “Cavalo de Troia”. Naquela noite não consegui dormi, tomei quase um litro de aguardente.  Depois meditei melhor, sacudi a poeira, segui minha estrada, com o coração manchado, com o gosto pelo futebol esvaziado de mim. Nunca mais vi o esporte com o mesmo entusiasmo. Os jogadores da seleção foram cruéis com o povo brasileiro, conseguiram diminuir pela metade a paixão que existia pelo futebol. É triste, contudo o brilho acabou, acabou a emoção, a emoção de sentar e sorri com uma partida bem jogada, com a magia dos dribles, com os gols. Para finalizar com chave de ouro: “Gol da Alemanha”. “Gol da Alemanha”. “Gol da Alemanha”…

Crônica de Zé do Bode.

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