Paramirim

Açudes.

Hoje (06-05-2007), nosso passeio será um pouco mais longo que os habituais. Vamos entrar no povoado do Arraial de Baixo, visitar seu açude. Passaremos em seguida pelo Bebedouro e depois desceremos para o Periperi. Voltaremos pela estrada asfaltada que liga Caturama a Paramirim. Ao todo serão uns trinta quilômetros.
Nossa equipe está formada por quatro membros, dois homens e duas mulheres: eu (Luiz Carlos Bill), Jackson, Pricilla e Isa.
AçudesDeixamos a sede da cidade, às quatorze horas. Descemos pela Praça Castro Alves, passamos pela ponte sobre o Rio Paramirim, pela Escola Agrícola e entramos em uma estrada de terra à esquerda. Poucos metros adiante, nós voltamos novamente a dobrar à esquerda entrando assim em um corredor. Poucas pedaladas e à frente estava o açude do Arraial de Baixo.
O sol lançava seus raios quentes sobre a terra, o calor incomodava, a água descia pelo açude devagar e fresca, vontade de ficar nesse paraíso. Tiramos algumas fotografias e voltamos a pedalar.
AçudesO caminho possui muitas pedras. Incomoda um pouco, todavia são os obstáculos que dão sabor especial as aventuras. A nossa estrada termina ao juntar com outras duas, uma vai para a Pedra Branca e de lá ao Periperi, já a outra, entra para o povoado do Bebedouro. Entramos no povoado, passamos por um campo de futebol, de terra; por casas, em uma dessas havia perus e galinhas no terreiro.
- Dona! – exclama Jackson – É por esse corredor que se chega ao açude?
Açudes- É sim, meu filho. Pode ir reto que vocês chegam lá.
- Obrigado.
- De nada.
Descemos por esse estreito corredor. Passamos por um rapaz, esse meio sério, talvez não tão certo, mas o que é certo nessa vida? Paramos na beira do rio. As águas límpidas, no fundo as piabinhas nadavam, pra lá e pra cá. Plantas aquáticas, árvores de médio porte. Fomos até o açude de cimento. Tiramos fotos. Retornando ao ponto onde deixamos as bicicletas. Jackson entra no meio da mata ao ver um, segundo ele, canarinho.
Açudes- Venha aqui ver o que eu achei – grita Jackson.
O lugar é lindo, ali proporcionaria um belo piquenique. O rio nesta parte é mais fundo. A sombra das copas das árvores toma todo ambiente. Temos quer ir. Antes, um Pássaro Preto mostra aos seus visitantes um lindo canto de final de tarde. A natureza e seus encantos... que pena que poucos sentem esse contato... que pena que muitos jamais sentirão... que pena que os homens são os maiores causadores desta destruição... que pena... que poucos tem pena de tudo isso.
Retornamos a estrada. Pegamos o caminho da Pedra Branca. Dois homens conversam enquanto andam. Perguntamos a eles se a estrada para o Periperi ela mesmo aquela. Sacudiram a cabeça afirmando que sim. Mais a frente, a D10 de Antônio de Ofrazo passa por nós e ele buzina. Acenamos com a mão para ele e seus companheiros. Chegando defronte a Pedra Branca há uma entrada à esquerda. Fomos por ela. A estrada acabava na casa de uma senhora. Essa lidava com o jardim.
Açudes- Dona! – Jackson exclama. – Dona! Dona!
- Oi.
- Qual o caminho para o Periperi.
- Para ir ao Periperi vocês deviam ter ido direto. Tem que retornar e depois subir até o final da estrada.  Aqui é o Tabual, o Periperi fica pra lá.
- Obrigado.
- De nada.
Voltamos a ficar em frente da Pedra Branca, agora era chegar ao Periperi ou retornar pelo caminho que nos trouxe até aqui. Só que houve um imprevisto. A bicicleta em que Jackson estava quebrou a catraca. Enquanto isso, Isa vinha cansada empurrando sua bike. E agora o que fazer? O único jeito era voltar. Estamos longe demais da sede, se voltamos devagar chegaremos lá pelas oito da noite. Deus nos deu mais uma opção. Antônio de Ofraso voltava com a sua D10. Como Isa estava cansada, sugerimos que ela voltasse com a bike quebrada e passasse a dela para a Pricilla. Ela disse que não retornaria sozinha. Voltou ela e Pricilla. Eu e Jackson resolvemos continuar o nosso passeio. O melhor as duas perderam, o lanche. Enquanto o carro partia sobrou tempo para eu realizar uma piadinha com elas:
- Perderam o lanche. Vamos comer tudo.
Continuamos nossa aventura. Pedalávamos mais rápido. Paramos defronte a uma humilde casa, perguntamos se estávamos no caminho certo, ao saber que sim, retornamos a pedalar. Descemos outra ladeira e paramos sobre a ponte do Periperi. No oeste, a uns vinte metros, estava à represa a deixar a água correr devagar rio abaixo.
Paramos sobre a parede de cimento da represa. Fizemos um delicioso lanche: pão com queijo e presunto, laranja e refrigerante. Tirei algumas fotos. Às dezessete horas deixamos o local. Nosso trecho agora era de asfalto. Saímos da ponte da Tabua e percorremos aproximadamente quinze quilômetros até a residência onde moro. Quando cheguei ainda deu tempo para ver o time do Santos ser Campeão Paulista de Futebol sobre o São Caetano pelo placar de dois a zero.
A vida é um passeio que você faz dela passeios menores para ao final assistir a uma odisséia que jamais se repetirá.

Texto por: Luiz Carlos Bill.