Morro do Fogo comemorou, nos dias 14, 15 e 16 de julho, mais um festejo em homenagem a Nossa Senhora do Carmo. Uma festa muito esperada pelo povo da região. Tradição que a cada ano atrai um maior número de romeiros à localidade. A Festa do Morro, como é chamada, possui seu lado aventureiro, seu lado devoção e seu lado festivo.
A aventura acontece pelo fato da estrada ser estreita e de cascalho, onde há muitas subidas, descidas, curvas, pontes e bastante, bastante poeira. O espírito de trilheiro incorpora naqueles que ali vão. A natureza ao redor e o movimento constante de carros, motocicletas, bicicletas, cavalos faz com que a rotina da cidade por três dias desapareça.
Com o passar dos anos foi formando uma legião de devotos. Hoje em dia existem os que largam tudo só para estar nos festejos do Morro do Fogo. Pessoas fazem promessas, vão da casa a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, no Morro do Fogo, andando. Já outras, se aventuram de bike. O certo é que não importa o veiculo, ou o meio de locomoção, o que vale mesmo é participar.
Após a chegada da eletricidade, as noites ganharam novas atrações, o baile dançante animados por Bandas da região. Sobre o terreiro batido da praça principal o forró corre solto. Tudo lembra o passado, a poeira misturada ao arrasta-pé, a cachaça em demasia, o frio, os namoros e os desconfortáveis locais de dormir, que por sinal, ninguém reclama. Tem aqueles que dormem entre o cafezal, debaixo da laranjeira, outros alugam as residências e fazem dessa suas casas, outros preferem o próprio automóvel.
A festa do Morro do Fogo não é para pessoas sensíveis. Vai quem gosta de aventuras. Tudo é improvisado. No final, dificilmente se ver algum comentar que no próximo ano deixará de ir. O contato com o campo nos faz lembrar o passado, ou as nossas férias campestre. No Morro as classes se misturam, não existe rico nem tão pouco pobre, apenas descontração.
No dia 14, o Grupo Colado e Coladinho se apresentou durante a noite. No dia 15 foi a vez de Xodó da Bahia e Zé de Chico. No dia 16, Fabinho e Lelê e Zé Neto e Banda Balança Cama tocaram o forrozão. Às 10h00min do dia 16, aconteceu a cerimônia em louvor a Santa, realizada pelo Padre Pedro, que estar despedindo dos festejos do Morro do Fogo, pois o município de Érico Cardoso terá ainda esse ano um representante da Igreja Católica. Às 14h00min teve a cerimônia dos batizados.
O mais interessante da festa é o sobe e desce dos sanfoneiros. A todo o momento tem uma turma subindo e logo em seguida outra descendo. Quando aproxima à hora dos batizados eles fazem questão de ir buscar a pessoa a ser batizada e seus patrinhos na casa e guiá-la até a igreja. Sacramentado o ato, retornam em comitiva, embalados pelas musicas e fogos de artifícios.
Quando se fala em deixar as dependências do Morro, haja paciência... Primeiro o motorista deve rezar para que outro carro não venha em sentido contrario, por que se vier... a coisa desanda, ou tende a andar de macha-ré. A estrada é tão curta que na maior parte só pode passar um único automóvel. O bom de todas essas dificuldades é que inibe os motoristas que desrespeitam as Leis de Transito. Uma pista reta, misturado ao alto consumo de álcool (normal na ocasião), seria uma formula ideal para se fazer cadáveres. Nesse ano de 2007 não tivemos acidentes que mereça ser mencionados, graças a Deus.
Para quem já foi, ou esteve lá nessa última edição, sabe muito bem do que estou falando. Para quem nuca foi fica o convite de no próximo ano ir conhecer a tão falada Festa do Morro. Se você gosta de aventuras, então eu te garanto que não se arrependerás.
Luiz Carlos Bill
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