Raça Humana Não Tem Cor














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Teatro Cena em Palco RAÇA HUMANA NÃO TEM COR
JANE — Vieram de terras distantes arrancados à força do lar. Muitos aqui nem chegaram, aos mortos, o fundo do mar.
ROBSON— Aportaram em terras estranhas, e agora, como seria? Tratados pior que animais, vendidos qual mercadorias.
JANE — Começava na historia do Brasil nódoa de grande proporção, mancha que nos envergonha, os horrores da escravidão.
ANA PAULA — Meu deus, que do alto nos olha, que perfídia há no coração de um ser humano racional que escraviza o próprio irmão?
CAMILA — Nas fazendas de café, de carne, nos garimpos foi o negro escravizado, padeceu os martírios no tronco, feito rés foi marcado.
JANE—Sem direito mesmo a vida, sem ilusões, sem liberdade, seria a cor de sua pele sinônimo de liberdade?
ROBSON — A fuga era a única esperança, os quilombos era a salvação, o capitão do mato, sinistra figura, melhor morrer que cair em suas mãos.
JOICE — Meu deus que do alto nos olha, que perfídia há no coração de um ser humano racional que escraviza o próprio irmão?
JANE — As noites eram intermináveis, no sofrimento anônimos das senzalas vozes clamando justiça e a voz da justiça que cala.
ROBSON — Tanto tempo durou a ignomínia, depois veio a abolição. Mas será que ela acabou com o fantasma da escravidão?
JANE — Não, com certeza não acabou, satisfez apenas a teoria, a verdade é que nós temos escravidão ainda hoje, em nossos dias.
CAMILA — Meu deus que do alto nos olha, que perfídia há no coração de um ser humano racional que escraviza o próprio irmão?
ROBSON — Os filhos nascendo escravos, os pais morrendo escravos, meu deus, a que reduziram um povo tão forte, tão bravo.
JANE — Se até hoje há preconceito, como pode haver liberdade, será que a cor da pele é sinônimo de inferioridade?
ROBSON — Nós somos todos irmãos, somos filhos do mesmo pai. Brancos, negros, vermelhos, amarelos, nós somos todos iguais.
ANA PAULA — Meu deus, que do alto nos olha, que perfídia há no coração de um ser humano racional que escraviza o próprio irmão?
JANE — O brasileiro é um povo mestiço, é mistura de várias nações, e o sangue negro pulsa, pujante em milhares de corações.
ROBSON — Quanta contribuição o negro, legou-nos como herança, na construção do Brasil, na arte, na culinária, na dança.
JOICE — Muito deve a nossa cultura, muito deve ao nosso país, a esse povo oprimido os descendentes de zumbi.
DANRLEI — Meu deus que do alto nos olha, que perfídia há no coração de um ser humano racional que escraviza o próprio irmão?
ROBSON — A liberdade é preciosa, e o preconceito racial, é um sentimento odioso, é atitude irracional.
JANE — A cor não é diferença, nós somos todos irmãos, o homem que salvou o mundo não fez esta distinção.
TODOS — Ninguém é melhor que ninguém, morreremos do mesmo jeito. Você é inteligente diga não ao preconceito.
ANA PAULA - [BRANCO] Perdão senhor deus dos desgraçados, porque muitas vezes repetimos a tua condenação e morte na pessoa da empregada domestica, do peão, do mais pobre entre os pobres.
RAIMUNDO SUCUPIRA - [PADRE] – Perdão, senhor deus dos miseráveis, porque a igreja nem sempre lutou contra a escravidão negra e porque até hoje despreza a sua cultura, e sua religião como lixo.
FERNANDO - [NEGRO] - Perdão senhor deus dos desgraçados porque tantas e tantas vezes nós mesmos desprezamos a nossa cor, a nossa cultura, a nossa religião e passamos a imitar os brancos, como se não fosse verdade a nossa verdade.
JOSIMAR - [ZUMBI] - Mas hoje se faz o tempo da liberdade! Das senzalas, dos edifícios e das mansões, das fabricas e das fazendas, um grito forte tá saindo. E negro Jesus, homem sofrido, nosso deus irmão, retira das pedras a for mais bonita, a vida nova que queremos ter. E os orixás chegam da mãe África pra festejar com a gente, e os atabaques ressoam chamando o negro pra luta.
ANA PAULA - [BRANCO] - Irmão, vem nos dar a chance desta vida nova. Zumbi rei dos palmares, gente sofrida, lutemos juntos, enfim!
ROBSON - [NEGRO] – [SAINDO DA CRUZ] - Eu ouvi o clamor deste povo!
[TODOS SE ABRACAM]
MOTA – Negros!
FERNANDO - Sementes africanas jogada em terras brasileiras.
SUCUPIRA — Negros!
FELIPE — Germinou a força, fez crescer a união e produziu trabalho.
JUNIOR— Negros!
CAMILA — Maltratados nas senzalas, marcado em brasa, sedento e faminto.
JOSIMAR — Negros!
BETO — Acorrentado, chicoteado, derramando suor e sangue.
SUCUPIRA — Negros!
SUCUPIRA - Fugindo para o quilombo por não suportar tanta dor.
JOICE — Negros!
JUNIOR — Homem de fé e esperança sonhando com justiça e liberdade.
JANE - Negros!
JANE — Retrato da beleza, espelho da fraternidade, voz que implora por igualdade, cor destaque da humanidade todos iguais pelo mesmo objetivo.
ANA PAULA — liberdade é a palavra que o sonho humano alimente. Não existe ninguém que explique e ninguém que não entenda.
TODOS — Liberdade!
DIREÇÃO - JOSÉ ISRAEL (TULINHA)



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