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9
2018

Arnaldo Barbosa Martins

ARNALDO BARBOSA MARTINS

Eis mais uma árvore colhida no Bosque paramirinhense, que parece desertificar-se! No dia 15 próximo completa 22 anos que ele partiu, sem antes combinar conosco.

Quem não se lembra dessa figura brilhante! Homem digno, sincero, honrado, servidor, abastecido do mais nobre sentimento de fraternidade.

Arnaldo ou “Nado” como eu o chamava, desfilava na Avenida 16 de setembro, (hoje Aurélio Rocha), distribuindo sorrisos brotados do seu fértil jardim do coração, brincando com todos. Quando encontrava com Arlindo, saudoso “TEBA”, Arnaldo interagia de tal forma que a avenida se transforma num palco de humor, com sorrisos e alegria divertindo a todos que ali passavam. Da mesma forma com maestria retirava de “Padre Nelson” a  ira contida e transforma em belas gargalhadas. Era um apaixonado pelos causos de “Felim”, “Tõe Tolo”, “Manoel Ferrado”, “Nelson Russo” e pelas comédias hilariantes de JAVAN no seu “hospital” aos fundos da Igreja Coração de Jesus. Essa interação que o embevecia, mostrava a sua simplicidade e a afirmação fraterna de que todos os seres humanos, mesmos os acometidos por alguma deficiência são importantes para a sociedade e dela devem receber a nossa mais prestimosa atenção.

Arnaldo era um cidadão do Céu, que nos fora emprestado por DEUS, para um rápido convívio.

Com ele tive o privilégio da convivência sentado nos degraus do seu armazém na Praça Santo Antônio, onde a roda de amigos o cercava. Arnaldo era um relicário de caridade! Não foram poucas as vezes que anonimamente distribuiu cestas básicas para famílias carentes. Quitou muitas vezes contas em Farmácias de famílias com entes doentes. Forneceu urnas mortuárias para famílias carentes, e o maior louvor é que ele fazia tudo isso CALADAMENTE!

Certa vez eu estava com ele no seu armazém, uma senhora pediu para que ele pesasse CR$. 100,00 (cem cruzeiros) de açúcar, o que correspondia a mais ou menos 100 gramas. Ele adentrou na sub loja, demorou um pouco e de lá saiu com um saco contendo: arroz, feijão, macarrão, açúcar, bolacha, fubá e farinha. Estarrecida aquela Senhora lhe perguntou:  O Que é isso Sr. Arnaldo? Ele disse: leva! Ela saiu e eu lhe perguntei: Por que você deu isso?  Ele me respondeu: “Quando uma mãe de família vem comprar essa quantidade de açúcar é porque na sua casa está faltando tudo”! A sua alma bondosa transcendia o momento.

Certo dia a tardezinha o recebi em minha casa, sentou-se ao meu lado no sofá, me disse: “Peguei de Sônia este Convite para o casamento de Cristina e quis lhe trazer pessoalmente, porque esse é o único convite especial que faço, pois eu gosto muito de você”.

Quando publiquei o meu Livro intitulado O VERDE VALE DO PARAMIRIM fiz uma homenagem especial a esse grande e saudoso amigo.

Arnaldo adorava colocar apelidos nas pessoas. Certa vez colocou-me o apelido de “Seu Esquecido” e assim me chamava sempre.

Pois é meu grande amigo você acertou! Se eu me lembro de você é porque você marcou as nossas vidas e eu me ESQUECI de ESQUECER de você!

Délio Martins

Acadêmico da AGL

Ligeira Coletânea de Respingos Históricos.

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