maio
13
2015

Grande clássico entre Paramirim e Água Quente no passado

Encontramos esta fotografia na página do Facebook de Roberio Neves. Ao fundo tem a Serra, que hoje a conhecemos de Serra das Torres, o campo parece ser o da Lixa, o ano não sabemos, os nomes das equipes também não. Mas vamos imaginar, ou criar uma pequena história.

Água Quente e Paramirim, o clássico dos clássicos.

O locutor anunciava no alto-falante da praça durante toda a semana: “Domingo teremos um grande duelo, Seleção de Paramirim enfrentará Água Quente. Torcedores da equipe visitante prometem vir em peso. Com certeza os paramirienses irão lotar as intermediações do campo. Qual Seleção sairá vitoriosa? Domingo, não perca, às 16h00”. Pelas ruas os grupos de pessoas só conversavam sobre o jogo, indagavam qual seria a escalação de Paramirim; já em Água Quente os torcedores se preparavam para a viagem, esperavam por uma vitória.

A seleção visitante chegara na véspera, concentração. O dia do duelo amanheceu ensolarado, o povo ansioso saia às ruas, todos esperavam pelo jogo. Nos botecos a pinga era servida aos litros, volta e meia um foguete estourava pelo céu azul anil. O relógio marcava uma da tarde, o povão já se aglomerava na Praça Santo Antônio. As duas equipes adentraram a Praça, a de Água Quente vinda do beco onde hoje encontra-se a Prefeitura, a de Paramirim entrou pela avenida principal. A filarmônica acompanhava a entrada de cada equipe. Fogos, muitos fogos anunciavam que o espetáculo iria começar. Jogadores escalados para a partida.

Água Quente vinha com: Tõe Preto no gol, Gentil, Mirim, Normando, Juvenal (Juju), Armindo, Zuza, Inácio, Zé Minga, Seu Né, Neuton, Ailton, Dormário, Kid, Fernando, Nilton, Wilson e Noratinho.

Paramirim vinha com: Zé Marques no gol, Tõe Araújo, Dua, Dilermando, Zé de Ciana, Zé Carlos de Abel, Tatá, Zé de Alcides, Tõe de Dejinha, Osman, Sonzinho, Tõe de Olídio, Badega, Chico de Mino e Tõe Luís.

Os dois times perfilando à frente, um ao lado do outro, a filarmônica logo atrás, ao fundo o povão. As equipes subiam a avenida principal, jogadores andavam de mãos dadas, todos uniformizados, música, sons de foguetes, o barulho das vozes se misturando. O clima de festa, a paixão pelo futebol era gigantesca. Entrada triunfal no campo, os torcedores se acomodavam nas laterais, senhoras usavam guarda-chuva, senhores de terno e gravata. Times prontos, onze para cada lado, Raul Batista (Árbitro) sopra forte o apito, começava o espetáculo. Cada lance levava o público ao delírio, gritos, aplausos, sorrisos. Que festa! Que maravilha! O jogo chegava na marca dos trinta minutos, o zagueiro Gentil mete o pé na bola com toda força, a bola voa por todo o campo, cai no pé direito do atacante Normando, este cortou para o lado e encheu o pé, a rede balançou, a torcida de Água Quente se levantou eufórica, jogadores se abraçavam contentes. O jogo reiniciou, partida pegada, jogo tenso, a torcida roía as unhas, goleiros faziam milagres. “Bola para o mato que o jogo era de campeonato”. Água Quente segurava o resultado como podia, jogava na defensiva. De tanto martelar, Paramirim conseguiu o empate aos quarenta e cinco minutos do segundo tempo, Dua em um chute de fora da área acertou o ângulo de Tôe Preto, o goleiro ainda triscou na bola. A torcida tensa explodiu de alegria no instante em que a bola entrava no gol. O duelo recomeçou, mas dois minutos após, o Árbitro apitava o final da partida. A filarmônica voltou a adentrar pelo campo e junto com os jogadores e com a multidão desceram pela avenida principal em festa.

O Futebol no passado tinha paixão, os atletas gostavam de jogar bola, outrora uma partida de futebol era motivo para uma semana de festa.

Dormário Viana Cardoso nos ajudou com os nomes dos atletas das duas equipes.

Apenas uma pequena história de um possível duelo entre Paramirim e Água Quente no Futebol.

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