jan
2
2017

A superioridade e a subalternidade no ambiente de trabalho

* Por Irlando Oliveira

O ambiente de trabalho se nos apresenta desafiador, situando uns poucos em posição de superioridade e a grande maioria em subalternidade, mesclando a hierarquia funcional, apresentando variedade de gradações com seus respectivos níveis de responsabilidade, resultando numa engrenagem que objetiva sempre alcançar o cumprimento da missão maior, representada pela elaboração do produto e/ou serviço, objeto finalístico de cada empresa, de cada negócio.

O exercício da superioridade funcional requer habilidades e nuances próprias para o desempenho profissional e a lida com os subordinados, sob pena de afetar a liderança, a ponto desta não ser natural e aceita, mas, pelo contrário, imposta, o que não é interessante para a empresa e para o negócio. Percebemos, assim, que alguns chefes, diretores, comandantes, gerentes, etc, assumem ou chegam a tais cargos desprovidos da maestria necessária ao desempenho da função, ensejando o caos na empresa, já que são rechaçados pela base da pirâmide hierárquica, concorrendo para que não haja a tão sonhada sinergia!

O relacionamento interpessoal tem um peso significativo em qualquer ambiente de trabalho, sendo amplamente discutido em seminários e workshops, objetivando a excelência dos serviços prestados pela empresa. A superioridade funcional desprovida de um bom relacionamento interpessoal é tal qual um corpo sem alma. Soará sempre como algo mecânico! Existem alguns jargões que traduzem muito bem isto, como: “eu mando, você obedece!”, “quem pode mais, pode menos!”, “eu quero assim!”, dentre outros, característicos não de um líder, mas de um déspota, tirano ou ditador.

Em qualquer campo profissional encontramos trabalhadores assumindo funções completamente despreparados para as responsabilidades que elas exigem. E não é somente de conhecimento e de domínio da função, mas sobretudo da habilidade necessária para conduzí-la. Tal qual uma anedota que nos contaram, através da qual uma tartaruga se encontrava numa jaqueira e alguém questionou: “eu nunca vi uma tartaruga em cima de uma jaqueira?”, ao que outrem lhe redarguiu: “se ela está lá, é porque alguém a colocou!”. Isso representa muito os chamados “cargos de confiança”, característicos tanto na iniciativa pública, quanto na privada. Pessoas há que se assemelham bastante à tartaruga da citada chiste!

Vemos, também, os “líderes” arrogantes, os quais, em razão do cargo que exercem, espezinham aqueles que lhes são subordinados, tolhendo-os e humilhando-os, não lhes dando sequer a oportunidade de falar! Imaginam que são os donos da verdade, e somente o seu é o ponto de vista correto! A esses, lembremos um ensinamento bíblico: “a quem muito foi dado, muito será pedido” (Lc 12,48), o que equivale a dizer, dentre outras coisas, que use corretamente a sua condição de superior, pois você será chamado à responsabilidade pelo seu mau uso!

Assim, que a relação interpessoal no nosso campo de atuação profissional seja permeada pelo respeito mútuo, cada qual assumindo suas respectivas responsabilidades, dentro das esferas de suas competências, como forma de termos um ambiente de trabalho harmônico e favorável, onde não haja ressentimentos, desídias, prepotências e iniquidades. Afinal, se hoje estamos em condição de superioridade, dia virá que estaremos em condição diversa, assumindo situação de subalternidade!

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* Irlando Lino Magalhães Oliveira é Oficial da Polícia Militar da Bahia, no posto de Major do QOPM, atual Comandante da 46ª CIPM/Livramento de Nossa Senhora, e Especialista em Gestão da Segurança Pública e Direitos Humanos.

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