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2015

O faroeste avisa que só entra se pagar o pedágio

Este País anda mesmo esculachado. Se não há os cobradores de impostos como na antiga Roma, há mecanismos que obrigam os filhos da nação dá o fruto do seu trabalho ao poder central. E não adianta chorar, espernear, ir atrás de justiça, pois a chibata vem de cima e doa em quem doer, ela desce, pesada e forte. Outro dia precisei ir à capital, fui acompanhado de um primo, ele dono do automóvel, como a precisão era minha e ele me fazia um favor, paguei toda a despesa da viagem. Paguei combustível, paguei alimentação, paguei revisão do carro antes da partida, até aí tudo normal; o que fiquei nervoso foi quando paramos em um posto de um tal “pedágio”. A moça avisava que para passar haveria de o condutor pagar uma taxa de dez contos. Quer dizer que para entrar na capital o indivíduo precisava pagar uma taxa? Roubo sem mão armada. Lembrei-me dos antigos filmes do faroeste americano. Nosso faroeste é mais sofisticado, tem computador, radar, câmeras, bloqueio de CPF, etc, etc, etc. Uma verdadeira loucura, o governo trata os filhos da pátria como verdadeiros criminosos, todos somos vigiados vinte e quatro horas por dia, um vacilo e o camarada será pego na malha fina que não passa sequer o menor dos lambaris, isso é, quando não se faz vista grossa. Paguei os dez contos, com raiva de ter nascido no Brasil, pior que existem outros países ainda piores. Deixe-me por aqui mesmo. Poucos quilômetros adiante. Surpresa! Outro pedágio. Mantive-me calmo, tirei os dez contos e a entreguei; a moça gentilmente me disse que estava faltando três contos. Gentilmente dei cinco contos, ironicamente disse: “O resto fique como gorjeta para o faminto governo”. Disse faminto para não dizer outra palavra, usei do eufemismo para não agredir aquele que me mete a mão no bolso e furta meu suor diário.

Crônica de Zé do Bode.

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