jul
9
2015

Por que matamos os rinocerontes?

Fiquei triste, muito triste ao ver no telejornal uma matéria sobre a morte de rinocerontes e de elefantes na África. Matam-se apenas para a retirada dos cifres e dos marfins, produtos de alto valor no Oriente. A matança é enorme, porém ilegal. Quem somos nós para agirmos desta forma contra outras espécies? A vida dos animais se pautam no seu valor econômico, como os cifres valem bastante, os traficantes saem a caça, pelo caminho deixam os enormes corpos aos abutres. A reprodução de tais animais é demorada, se nada for feito a tempo, corre-se o risco deles entrarem em extinção.

Moro aqui no Sertão, em meio a cactos e juazeiros, terra esturricada e cheia de pedras, na seca tudo lembra a morte. A natureza do local é essa, tem as suas fazes. Lembro-me bem de no passado dá de testa nas minhas saídas pelo mato com suçuarana, raposas, veados… Nos dias do presente sumiram, os exterminaram todos. Nossas matas estão silenciosas, com a chegada do rifle o aniquilamento ganhou assustadoras proporções. Como já não temos mais veados e onças, matam-se os preás, os tatus, os teiús, os mocós… Não sei como será o futuro, às vezes fico a matutar, tudo tão lindo e nós insistimos na destruição. Quando eu era garoto, certo dia acuei um preá, o pobre animal inofensivo me encarou, seus olhos eram de medo, sabia que a morte o espreitava; eu me tinha pronto para deferi o golpe fatal, contudo algo me roubou a atenção: “Zé, Zé! Para quê, Zé? Olhe o medo do animalzinho”. Baixei a cabeça, ao levantar, o preá já não se encontrava mais. Quase teria me tornado um assassino. Agradeço a Deus até hoje por não carregar em minhas cortas a culpa de ter exterminado uma vida.

Crônica do Zé do Bode.

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